Palavras mal ditas..ou seriam malditas??

Ontem tivemos um dia bem tranquilo, bem caseiro..de manha fomos com a Cuca na pracinha, brincou mais de uma hora com os cachorros, se acabou. Dai fomos na Cobasi e de lá na Etna, bater perna. Fazia tempo que nao iamos la, fomos ver se tinha algo diferente que nos encantasse, mas nao, tudo que vimos foi um macaco de pelucia que compramos pra Cuca e ela amou.

A tarde demos aquela descansada e a noite fomos conhecer uma hamburgueria que abriu pertinho de casa, uma delicia...nada barata, mas o sanduiche estava super saboroso. Mas enfim, e onde entra o palavras mal ditas? Justamente na hora do jantar.

Estavamos conversando de planejamentos, filhos etc..e dai entrou em pauta novamente o assunto adoção, que sempre foi o tabu entre eu e o marido. Eu que achava que esse assunto ja estava um pouco mais resolvido, me enganei quando ouvi o marido dizer: sabe, sei que não fariamos tratamento para engravidar, mas hoje, eu nao me vejo adotando uma criança. E eu: entao, se eu nao puder engravidar, nós nao teriamos filho, eh isso?? Pq eu me recuso a fazer qq tratamento (sim, tenho isso em mente, nao sou contra quem faz, mas eu nao faria, pois o ato de adotar uma criança sempre esteve muito claro na minha mente).

Dai, eu soltei a perola: amor, se isso acontecer já estou vendo a gente se separando!! Pronto, por que eu nao fiquei com a minha maldita boca calada?? Nao seria mais facil eu simplesmente ter dito: Ah, nao vamos falar disso agora, afinal, a gente nem sabe se teremos que passar por isso ou nao, nao eh mesmo?

Mas, nao, eu tive que dizer o que disse, tive que arruinar a noite, tive que deixa-lo pensativo a noite toda, para entao ele soltar: Bom, se um dia o medico disser que a gente nao pode ter filho, entao na consulta eu já vou com os papeis do divorcio!! Pronto, morri, me enterraram viva, pq a sensação que eu tive na sequencia foi de um sufocamente terrivel.

Disse que nao era isso que eu queria dizer, que a gente nem precisava discutir isso agora, afinal, nem tentantes somos, que até lá tem muita agua pra passar por debaixo da ponte e nem sabemos se esse barquinho vai passar tb..enfim, pedi pra ele esquecer o que conversamos, fingir que nada daquilo aconteceu, pois nao me imagino separada dele, nem hj nem nunca.

Foi terrivel. As vezes me exalto, me excedo, as vezes falo mais que a boca, as vezes digo coisas que me arrependo no minuto seguinte e as vezes, ou na maioria das vezes, queria deixar a emoção de lado e falar com a razao, pensando palavra por palavra antes de dize-las, analisando-as, vendo as consequencias de cada silaba dita...mas sou terrivel, juro que eu estou tentando ser menos italiana e mais britanica, rs.

Enfim, aparentemente o maridao sentiu que eu nao estava falando serio, que aquilo que eu disse foi a emoção do momento, foi sem pensar, foi pra tentar convence-lo de como o ato de adotar era importante pra mim (ok ok que usei o pior dos argumentos), pois hj ele acordou fazendo piadinha disso e eu, ainda me sentindo a pior das mortais, pedi novamente desculpas, disse que o amava demais..ele riu, aceitou as desculpas, me deu um beijo e vim trabalhar.

Feliz Dia dos Namorados!